1. |
O Novato
04:33
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Era uma bíblia na mão e a pistola na outra
Matando os filhos de Deus pelo próprio Deus
Era uma foto, um cordão, a saudade na boca
E o sangue escorrendo por algo que nunca foi seu
E como num sonho dantesco
As penas, os braços, cabeças eram mutilados e amontoados
Aos olhos de Deus!
E onde ele está?
Onde ele estava?
Onde ele está?
- Não há Deus no campo, Novato!
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2. |
Outros Dias
04:12
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Te conheci com um sorriso rosa
E roupa hipster como sei que só se vê agora
Dentre os cigarros outra coca-cola
Um drink, um beijo e pausa para aquele rock alemão
Que só você cantava
Que ninguém conhecia
Mas eu bem que gostava
E sem nenhum centavo
A gente entorpecia as mazelas mancas e falidas
De outros dias
O velho vício do contemporâneo
Um pop pós-moderno {Caetano}
Seu disco eterno do Sérgio Sampaio
#BardoAuxílio #Igreja #MariadeLurdes
Mas por um episódio
Desses de amor e tédio
Você caiu do pódio
E não achou um jeito
De gargalhar sem freio, nem receio
Como o sempre feito
Noutros dias
Eu te falei: “levanta desse quarto
É claro que no escuro o muro dura e dói bem mais”
Te sugeri que fizesse um retrato dessa treta
E de outras tantas como essa
E viesse pra festa
Ou que fosse pra rua
Que nos desse notícia
Você nem deu idéia
Mas lhe bastava um filme, um copo d’água
Outro basè na escada
E outros dias
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3. |
Desaconteça
04:13
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Enquanto sinto em minha pele a brisa fresca
E toda cor de uma janela a mais aberta
Meu olho triste insiste que algo aconteça
Pra que eu não
Lá fora é frio e eu torço tanto pra que anoiteça
Essa intenção é vida ainda que eu não entenda
E qual razão proíbe a sorte mais intensa
Pra que eu não desaconteça
A par de tudo que no instante me pertence
O meu sorriso um quão grisalho emudece
E minha voz desafinada exclama e cresce
Pra que eu não
A obsessão pelo absurdo que se instala e permanece
Pode ser o que eu mereça mesmo que não a quisesse
Talvez seja o que de fato sobrepõe-se
Pra que eu não desaconteça
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4. |
LSD (part. Julia Branco)
04:11
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Nem de longe
Percebo o que fez brotar
Neste rosto tão lindo uma lágrima
Bem, de ontem
Não lembro de quase nada
Pareço não ter razão
E agora pra onde
Iremos com tudo isso?
E agora pra onde
Iremos?
Now I’m coming
From the truth that I’ve never looked for
And I’m not afraid of
I’ve been losing
All the seconds of my broken clock
Thinking about our empty smile
Now where to
Will we go with it all
Now where to
Will we go now?
Will we both know
Will we both now
Will we both know
Will we?
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5. |
Agosto
03:49
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Eu que sempre quis morar
Na rua que desenhei
Digo sobre quando amar
Um lugar
Que não aqui
Que não agora
Talvez um quê de lá fora
Eu que fujo sem cessar
Da grande onde me algemei
Grito sem pestanejar
Por alguém
Que não daqui
Que não de agora
Quem sabe um quê de lá fora
Eu que nunca soube ser
Um sorriso seu
Sumo sem me constranger
Por você
E não aqui
E não agora
Valei-me um quê de lá fora
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6. |
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A noite aceita meu silêncio
De gargalhar
De desespero
Só de dar dó
Dor de dar mal
Dentro de um bar
Brota cruel
Eu vi você! e me lembrei da cena triste [o fim]
Eu quis te estraçalhar
|Me entorpecer
Fugir|
Eu quis morrer ao te ver tão
Fez bem, a noite errou
Flash obsceno
Meu corpo tenso
O clima mudo de constranger
Cai no bar
Chorei ao chão
Eu vi você! com outro alguém [como peguei no fim]
Eu quis te atropelar
|Me apodrecer em mim|
Eu quis morrer ao te ver tão feliz
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7. |
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Quando eu te conheci
Eu me engasguei ao ver
Você tão toda em si
Incrivelmente só
Calei meu canto eu quis
Silenciar a voz
Ouvir um grito ateu
Sem ver seu céu
De medo até pensei antecipar o adeus
Mas desonestamente
Não deu
Tentei seu beijo frio
Jurei jamais fugir
Abri o seu convite e ri
Desenrolei minha garganta
Surrupiei sua lucidez
Ofereci meu peito e só pedi o seu melhor
Vi nos lugares onde estive ausência sóbria, sã, cruel
E disse num sorriso triste:
“Não Deu”
Desempreguei minha fraqueza
Desocupei meu texto vão
Recosturei sua grandeza
Eu disse: “não”
Na realidade o meu equívoco foi negligenciar o que eu sangrei
Em seus paralelepípedos
Não deu
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8. |
Luísa
03:48
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Se fosse pra lembrar
Não dava pra apostar
Que tudo isso era possível
Havia milhões de coisas jogadas
E nossas roupas
E as pessoas outras
Todas tolas ao redor de nós
Se fosse pra imaginar
Não dava pra cogitar
O quão bonito é seu sorriso de manhã
Desmente tudo que é gesto
Desmancha tudo que é texto
Quando solto, intenso
Livre e teso
Um outro carnaval
Se fosse pra confirmar
Não dava pra contestar
O verso- sexo
Volúpia em ópio
Que ocupa com todo encanto
A transa dos nossos corpos
Ambos bambos, tortos
Numa cama só pra um lugar
Vem cá, Luísa
Me dá sua mão
O meu desejo é o seu, então
Vem cá, Luísa
Me dá sua mão
Um meu desejo é o seu "então"
Desabotoa o seu sorriso
Eu desafrouxo o meu humor
Me diz que está aqui e assim mais vivo
Eu digo: “eu posso ser melhor”
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9. |
Judith
05:35
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Onde será que estou
Passado ou futuro
O óbvio escuro ou clara ilusão?
Fui saber...
Na luz dos olhos seus olho os meus olhos
Cansados de enxergar
Aquilo que não é real
Para quem?
Pr’onde será que vou?
As ruas em aberto, não me importa mais o ‘certo’
Eu quero o ideal
Deixa eu ver...
Nas curvas da verdade
E a cidade é o palco principal
Pro abraço, pro sorriso, que é preciso em todo
Carnaval
Todo carnaval
Tudo é carnaval
Eu que nunca pude ser tão eu
Corria assim por te esperar
Guiava-me nos passos meus
Sorria sob o seu sonhar
Eu que nunca tive medo
Eu sempre tive medo de amar
De onde será que vem
A força do meu canto? E esse espanto?
É o canto seu também
É você
O espelho em que me reconheço cego
De corpo e coração
A quem entrego minha vida
Minha alma proibida
E sem perdão
Eu que nunca coube em ser tão eu
Em seus braços soube cantar
Guiava-me nos passos meus
Perdia-me em seu caminhar
Eu que nunca tive medo
Eu sempre tive medo
Ah!
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10. |
Como Sempre
05:58
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Enquanto você diz pr’eu me esquivar
Do que parece decadente e reticente
A vida permanece com as coisas no lugar
E como sempre
Enquanto você diz pra eu me apoiar
No que se mostra realmente importante
A noite vai tomando o seu lugar
E quase sempre
O tempo espanca minha porta
E diz milhões de coisa
Que eu não queria ouvir
E o faz aos poucos
Deixa que eu abro
Enquanto esqueço ou quando
Enquanto você diz pr’eu mergulhar
No que se faz supostamente
Um tanto urgente
Eu ando pelas ruas da cidade
E quase sempre é como sempre
O medo algema minhas ideias
E a vida que berrava
É só silêncio
E é tão pouco
Deixa que eu saio
Enquanto eu bebo um quanto
Deixa que eu corro
Deixa que eu fujo se eu me entorpeço
Ou durmo...
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Nobat Brazil
Nobat é um cantor e compositor de Belo Horizonte (MG) que tem como proposta principal a mescla entre elementos do indie eletrônico experimental com as possibilidades da música brasileira contemporânea.
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